domingo, 23 de setembro de 2012

There we were

Cheguei à estação de King's Cross às dez e pouco da manhã. Saímos todos a tremer de frio sem nos importar, porque Londres estava à nossa espera. A cidade deslumbrante revelou-se para nós num dia de céu limpo, completamente sem chuva! Pensei o dia todo que a minha irmã devia ter estado lá, porque ela ía adorar. E sem saber bem o que fazer contra este pensamento, armei-me em Amelie Poulin e arranjei uma maneira de ela estar presente.


quinta-feira, 20 de setembro de 2012

And then, it hit me

Sempre que estou triste ou frustrada ou até mesmo chateada com alguma coisa, tenho tendência a sabotar as minhas relações mais fortes. Acontece constantemente com o F., com o meu pai e acontecia com a minha irmã quando ela ainda vivia connosco.
Não sei explicar o porquê disto acontecer. Isolo-me num estado que só eu entendo, queixo-me de não ser compreendida, apesar de não querer explicar a ninguém o que sinto. Às vezes nem eu própria sei.
E há momentos em que penso em cortar relações com quem posso, só para evitar estas coisas e depois ponho-me a pensar como seria se eu fosse uma rapariga como às outras que fica contente em ir às discotecas, vestir coisas com purpurinas com os saltos bem altos a magoar os pés a noite inteira. Seria mais simples? Teria com toda a certeza menos tempo para pensar nas coisas. E menos tempo ainda para perder em tentar descobrir o que me entristece.
Estou farta da palavra "aproveita". Eu não sei fazer isso. Não o fiz na faculdade, não o fiz na escola e nunca o faço quando saio com os amigos. Portanto chega. Estou farta da palavra "aproveita", porque quando a oiço rebento com irritação e comichão no corpo inteiro. "Sai de casa" é outra. Ou "vai sair".
Desconfio que não sei ser jovem. E talvez é isso que me faz sentir sempre tão desenquadrada do mundo. 

Afinal...

Afinal não viemos a Cambridge aprender inglês mas antes aprender asneiras em outras línguas. Foi a minha noite de ontem... ensinar à Danika (uma colega sueca) como se dia as piores asneiras em português. Clássico.

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Life in Cambridge


O choque do primeiro dia foi tão grande que não consegui aperceber-me do que se estava realmente a passar: vou ficar 8 semanas longe de casa. Pode não parecer muito para a maior parte das pessoas, pode parecer insignificante. Mas para mim é uma eternidade.
Quando cheguei ao aeroporto, percebi logo a diferença. As pessoas, muito caladas e organizadas, não notavam (ou não queriam notar) que eu precisava de ajuda. Mas lá consegui chegar onde era suposto e suportar 2 horas de viagem de carro até à residência.
No primeiro dia vi parte de Inglaterra e vislumbrei um pouco de Cambridge. Deitei-me cansada mas satisfeita para acordar no outro dia e arrastar-me de um lado para o outro na cidade. Encontrámo-nos lá em baixo, à porta, para irmos juntos para a escola às 7:45 da manhã. À tarde, andámos duas horas a pé por Cambridge. No cair da noite fomos ao Lola Lo à festa de boas-vindas.
Quarta-feira chorei. Chorei de saudades e de arrependimento ansiando com todas as minhas forças pelo dia 27 de Outubro. Regressar a casa parece-me uma ideia longínqua.

As pessoas são calorosas e prontas a ajudar. Os ingleses são muito educados. A primeira impressão de Cambridge causou em mim uma sensação de bitter/sweat, pois apesar da falta que sinto de casa, da família, do F., dos meus amigos, não me esqueço esta experiência vai-me ficar para a vida.